sábado, 31 de julho de 2010

Aprende-se, aprende-se


Hoje foi um dia muito especial para mi.
Porque hoje a minha proposta de dissertação foi avaliada pelo nosso grupo de pesquisa...
Sem dúvidas este é um espaço privilegiado de aprendizado e de crescimento como pesquisador. Por ser um momento que nós temos para ouvir críticas e sugestões de pessoas qualificadas, sérias e comprometidas com a pesquisa, com a educação e com a vida.
A gente aprende muito lendo e vendo o processo do outro.
A pesquisa deixa de ser solitária para ser coletiva... Não posso dizer escrita a varias mãos, mas é vista por alguns bons pares de olhos.
Me deixa muito contente fazer parte deste time liderado pela Gelsa Knijnik, uma pessoa que acredita na potência da gente.
O nosso encontro de hoje foi bom pelo aprendizado e pelo convívio. E muitas notícias boas: Cláudia Galvam tornou-se professora da UFSC. Tiago Vargas professor empossado no município de Montenegro. Artigos bombando.
Ao chegar em casa escrevi este email:
"Caros e caras amigas ...
Depois de um peso tirado das costas (a estréia) e agora com a mão na massa, entro novamente em contato com vocês.
O primeiro para dizer que estou muito feliz e contente com o olhar crítico, carinho e especial que vocês deram para a minha proposta de dissertação. Em um telefonema para a Gelsa eu disse pra ela que eu tinha medo de ser humilhado academicamente, por eu nunca ter escrito e feito algo parecido. Ela só dizia: o grupo jamais faria isso... E hoje, para mim, foi a prova.
O segundo para dizer que adorei o passadia (foi o meu primeiro). Estava tudo de primeira categoria: as discussões, os comes e, principalmente, as pessoas.
E terceiro para mandar a transcrição que eu fiz. Aí vai em anexo. Agora estou fazendo o esforço de como colocá-lo dentro do texto.
Foi um ótimo passadia.
Obrigado, bom resto de final de semana e boa volta às aulas."

Agora vou trabalhar porque no dia 25 de agosto será a minha banca de qualificação... Com a presença já confirmada da magnífica professora Maura Corcini Lopes...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

A escola pode dançar.....

Valorizar o que está entre. Valorizar o que está no meio, valorar o que é rizomático. Vou dar algumas dicas, do que esta na escola e no currículo, entre a “ordem do fazer-prensar-refletir” e a “ação de conhecimentos conscientes que se ampliam”, elas são bem pessoais. “Nenhuma preocupação com o ponto de partida ou com o ponto de chegada. O que conta é o que passa no meio. Sempre no meio. Aqui é a morada da diferença.” (Silva, 2003, p. 52).

Em que outros espaços e tempos fazem com que a escola ande num ritmo diferente do ritmo imposto por nós, mestres. O que faz a escola, literalmente, dançar??

Vou dar umas dicas, deixa-se claro, que são apenas dicas. Não de longe tem um ar de receita... Vamos a lista, que é bem pessoal e que passou por minhas observações de corredores, é claro.

O recreio. As conversas paralelas. O “zumzumzum” da segunda-feira. O tesão pela professora e a paixão pelas colegas. O amor doentio pela amiga. Beijar escondido. Roubar um beijo, ganhar um beijo. Ficar se beijando no portão depois das aulas. Todo mundo ver os beijos e os “amassos”. Ficar. Masturbação. Sexo. Brigas: quando bate e quado apanha. As colas das provas. Os corredores longos e frios. Os feriados. Quando a professora falta. Matar aulas. Aulas livres. Pular o muro. Desafiar outras turmas. Enfrentar os professores. Mais conversas. Idas aos banheiros. Se esconder do diretor. Roubar merenda. Idas ao bebedouro. O lanche. Se atrasar. Sair mais cedo. As amigas. Os bilhetes. As amigas. Os esconderijos. Rir e dar gargalhadas. As viagens de turma. As humilhações por ser ou estar diferente. As “trovas. As conquistas. Os choros. Não ouvir a professora. Os gritos. A bagunça. A vadiagens. As desculpas para se manter longe das aulas. As bolinhas de papel e os aviõezinhos. A praça e a pracinha. Conversar m pouco mais. Os grupos. Os abraços. O final da aula. O final do ano...

É companheirada, a escola dança e como dança...
A brecha da ordem do cotidiano escolar está entre estas coisas aí que a gente pouca valoriza e onde muitas tramas acontecem...


Edmar Galiza