Este Mágico de Oz é um que eu tenho como base, a partir dele vou desdobrando outros Mágico, vou adaptando. Nos últimos três anos montei este espetáculo 5 vezes, é o que mais montei.

Outra coisa que é bom fazer é ler as cenas com os alunos e pedirem para eles improvisarem, rende muito e só depois tentem decorar o texto.
Aqui tenho duas montagens. Uma da escola Aroni Mossmann e a outra da Ildo Meneghetti... Todos de 2012
O MÁGICO DE OZ
Adaptação Edmar GALIZA
Dorothy:
Bruxa
Boa:
Bruxa
Má:
Mágico
de Oz:
Espantalho:
Homem
de Lata:
Leão:
O
Duende:
Duendes:
Tia
Em:
Tio
Hary:
Barulho de
Ventania. Pessoas passam correndo.
Tio Harry: Vem
aí um ciclone, Ema! Vou cuidar do gado.
Tia Ema:
Depressa, corra Dorothy!
Apagam-se as
luzes, continua o barulho de vento. Ao acender as luzes aparece
Dorothy sentada no chão.
Aparecem dois
Duendes e uma mulher mais velha, a Bruxa Boa.
Bruxa Boa:
Bem-vinda à terra dos Comilões, belíssima feiticeira. E
estamos muito contentes pelo fato de você ter matado a Perversa Fada
do Leste
Dorothy (sem
entender): A senhora é muito gentil, mas tem algo errado, pois eu
não matei ninguém, aliás, eu sou incapaz de matar alguém.
Bruxa Boa: Pode não
ter sido você, mas foi sua casa que caiu em cima dela; o que dá no
mesmo.
Duende: Olhe ali! Há
dois pés aparecendo por baixo da casa. (Apontando para fora do
cenário).
Dorothy: Meu Deus, é
verdade, estou vendo dois pés calçados em sapatinhos prateados.
Quem era ela?
Bruxa Boa: A
Perversa Fada do Leste. Ela dominou por muitos anos esta terra, a
terra Comilões. Agora eles estão livres e querem lhe agradecer por
este enorme favor.
Duende: Eu agradeço
pelos Comilões, os habitantes desta terra. (Beija a mão de
Dorothy).
Dorothy (para a
Bruxa Boa): A senhora também é uma comilona?
Bruxa Boa: Não, eu
sou amiga deles. Sou a Bruxa Boa. Quando eu soube que a Perversa Fada
do Leste morrera, vim correndo para cá. Eu sou a Glenda, Bruxa do
Norte.
Dorothy: Que
estranho! Nunca ouvi falar em Bruxa boa. A senhora é uma bruxa de
verdade?
Bruxa Boa: Somos 4
bruxas: duas delas, a do Norte e a do Sul, são boas; as que viviam
no Leste e no Oeste eram Bruxas más. Agora que você matou uma
delas, há apenas uma Bruxa Má em toda a Terra de Oz: a Bruxa do
Oeste.
Duende: E você
menina, quem é?
Dorothy: Eu sou
Dorothy e moro no Kansas, com a minha tia Ema e tio Hary. Eu achava
que Bruxas, fadas e duendes não existissem.
Duende: Não sei
onde fica o Kansas nem nunca ouvi falar desse lugar antes. Mas
diga-me: é um lugar civilizado?
Dorothy: É sim!
Duende: Então é
por isso que você não acredita em Bruxas, fadas e duendes. Nos
lugares civilizados não há mais fadas, nem feiticeiros, nem bruxas,
nem mágicos. Mas a Terra de Oz está apartada de toda civilização.
Portanto, aqui ainda há fadas e mágicos. O mais poderoso de todos é
o Mágico de Oz, que vive na Cidade das Esmeraldas. É mais poderoso
que todos os outros reunidos.
Bruxa Boa: Olha lá,
a Bruxa Má se evaporou, ficou apenas os sapatos delas. (Vai lá e
busca os sapatos). Esses sapatos agora são seus. Eles possuem
poderes secretos.
Dorothy: Não quero
sapato nenhum, na verdade quero voltar para a minha casa no Kansas.
Vocês podem me ajudar a encontrar o caminho?
Bruxa Boa: Faça o
seguinte, vá à Cidade das Esmeraldas. Talvez o grande Oz possa lhe
ajudar.
Dorothy: Este tal de
Oz é um homem bom?
Duende: O grande Oz
é um grande mágico. Se ele é um bom homem, eu não sei te dizer,
porque nós jamais o vimos.
Dorothy: E como
posso chegar até este mágico?
Bruxa Boa: Você tem
que andar muito. É uma grande caminhada através de uma região
cheia de surpresas e perigos.
A fada beijou
carinhosamente a testa da menina
Bruxa Boa: A estrada
que conduz à Cidade das Esmeraldas é coberta de tijolos amarelos,
deste modo não pode enganar-se. Se chegar a ver Oz, não tenha medo
dele. Conte a ele toda a sua história e lhe peça ajuda. Adeus,
querida.
CENA 3: O Espantalho
Espantalho em
cima de uma cadeira. Ela está andando pela estrada. E o Espantalho
começa a “brincar” com ela.
Espantalho: Oi.
Dorothy fica
procurando quem falou.
Espantalho: Oi.
Bom-dia.
Dorothy (meio
assustada): Você falou?
Espantalho: Claro
que sim. Como está você?
Dorothy: Muito bem,
obrigada. E você, como vai?
Espantalho: Eu não
me sinto nada bem. Não é nada divertido passar dias e noites preso
para espantar as aves. Sem poder descer. Você poderia me fazer um
favor, me desprender.
Dorothy ajuda a
tirar o espantalho da cadeira.
Dorothy: Pronto.
Espantalho: Muito
obrigado! (Andando de um lado para o outro). Uhnnnn, já me
sinto um outro homem. Quem é você e o que faz por aqui?
Dorothy: Eu me chamo
Dorothy e estou a caminho da Cidade das Esmeraldas. Vou pedir ao
Grande Oz que me indique o caminho para eu voltar à minha casas, no
Kansas.
Espantalho: Onde
fica a Cidade das Esmeraldas e quem é o Grande Oz?
Dorothy: Você não
sabe?
Espantalho: Não
(pensa um pouco), eu acho que não (pensa outro pouco),
juro que não. Na verdade, eu ignoro tudo, nunca sei de nada porque
sou feito de palha e não tenho cérebro. Eu não sei de nada. Não
posso pensar.
Dorothy: Oh!
Coitado, sinto muito!
Espantalho:
Se eu fosse à Cidade das Esmeraldas com você, seria possível que o
Grande Oz me desse um cérebro, nem que seja um cerebrozinho bem
miudinho?
Dorothy: Não
lhe posso garantir, mas vamos assim mesmo, você não terá nada a
perder, não é mesmo?
Espantalho: É
verdade. Para mim não é problema se as minhas pernas ou o resto do
meu corpo sejam feitos de palha. É até bom, assim não me machuco.
Já a cabeça é diferente. Como poderei pensar ou saber alguma coisa
se tenho palha no lugar dos miolos. Não tenho cérebro.
Dorothy: Se
você quiser vier comigo, pode ser que eu consiga que o Grande Oz
faça alguma coisa por você. Vamos juntos para a cidade das
Esmeraldas. Não precisa ter medo.
Espantalho: A
única coisa que eu temo é um fósforo aceso, porque se vem uma
faísca de fogo em mim, cabummmm, La se vai eu, viro so em cinzas e
fumaça.
CENA 4 – O
salvamento do Lenhador de Lata
Quando os dois
estavam andando pela floresta, começaram a ouvir gemidos.
Dorothy (meio
assustada): O que será isso?
Espantalho:
Não posso imaginar, mas podemos ver de onde vem o barulho.
Ouviram outro gemido
por detrás deles. Deram alguns passos e encontraram alguma coisa que
brilhava.
Dorothy: Foi
você quem gemeu?
Homem de lata
(falando tristemente): Fui eu mesmo. Estou gemendo
há mais de um ano, mas ninguém até hoje me veio socorrer.
Dorothy:
Coitadinho, posso fazer alguma coisa por você?
Homem de lata: Em
minha casa, naquela cabana (tenta mostrar com a cabeça e gemendo)
tem uma lata de óleo, com ela, voces podem lubrificar minhas juntas.
Com elas lubrificadas eu posso me mexer de novo.
Os dois saíram para
buscar a lata de óleo.
Espantalho: Onde
ficam as suas juntas?
Homem de lata:
Passe o óleo em tudo, comece lubrificando meu pescoço.
Aos poucos ele
começava a ser mexer. O Espantalho so observava.
Homem de lata:
Muito, muito obrigado, se se não fossem vocês, eu,
provavelmente, passaria o resto da minha vida a segurar o machado, no
mesmo lugar e na mesma posição, mas mudando de assunto, me digam
uma coisa: como é que vocês vieram parar aqui?
Dorothy: Nós
vamos à Cidade das Esmeraldas, falar com o Grande Oz.
Homem de lata: E
o que é que vocês querem com o Grande Oz?
Dorothy: Eu
quero que ele me mande de volta para o Kansas.
Espantalho:
Eu desejo que ele lhe dê um cérebro.
O Lenhador pensou um
instante e perguntou:
Homem de
Lata:Você acha possível que Oz me dê um coração?
Dorothy:
Suponho que sim, se ele der um cérebro para o Espantalho, o Grande
Oz também pode lhe dar um coração.
Homem de Lata:—
É verdade, eu posso ir com vocês?
Espantalho: É
claro!!!
Dorothy: Sim,
sim, sim...
Os três saíram
andando e cantando, de repente o Espantalho tropeçou numa pedra e
caiu.
Espantalho: Ai
meu Deus, socorro, socorro.
Homem de Lata:
Por que você não desviou da pedra?
Espantalho:
Porque eu não penso muito bem. Como você já deve ter notado,
minha cabeça é feita de palha e é por isso que eu vou pedir a Oz
que me dê um cérebro. E você tem cérebro?
Homem de Lata:
Não. Minha cabeça é completamente oca (bate na cabeça).
Mas eu possuía um cérebro e um coração. E, por ter experimentado
os dois, é que prefiro o coração.
Espantalho: Por
que você prefere o coração ao cérebro o Espantalho insistisse em
saber qual a razão da sua preferência pelo coração?
Homem de Lata:
Eu iria me casar, estava muito apaixonado. A minha namorada era uma
comilona. Ela morava com uma velha senhora. Quando a Bruxa Má do
Leste soube disto, ela me enfeitiçou. Para que eu não pudesse
trabalhar ela foi cortando cada parte do meu corpo e eu fui
substituindo por uma lata. Ate que aos poucos fui substituindo tudo,
ate ficar como estou hoje. A conclusão em que cheguei eh de que o
que bem mais precioso que um ser humano tem é o seu coração.
Enquanto estive apaixonado, fui o homem mais feliz dos homens. É por
essa razão que estou resolvido a pedir a Oz que me de um coração
novamente.
Espantalho: Muito
triste a sua historia, mas mesmo assim, eu continuo preferindo um
cérebro. Um tolo como eu nem saberia o que fazer com o coração.
Homem de Lata: Eu
prefiro o coração, porque a inteligência não faz a felicidade de
ninguém e a felicidade é a única coisa que importa neste mundo.
Dorothy: O
que ela queria era voltar para casa, para junto da tia Ema e do tio
Henry. Mas vamos continuar andando, a procura de Oz.
CENA 5 — O Leão
Covarde
Quando eles estavam
andando pela floresta, uma fera apareceu e os assustou. O Homem de
Lata e o Espantalho foram arremessados a metros de distância.
Dorothy (dando
uma pancada no nariz do Leão):Não se atreva a
machucar meus amigos.
Leão: Me
desculpe, eu não queria machucar ninguém, eu estava com muito medo,
por isso pulei em cima de vocês. Fiquei com muito medo, medo de me
machucar. Eu sou muito medroso.
Dorothy: O
que é que faz você ser assim tão covarde?
Leão: Eu não
sei, é um mistério. Acho que nasci assim. Todos na floresta acham
que eu sou corajoso, porque sou um leão. Ainda bem que quando eu
rujo, todos fogem de mim, mas se algum dia alguém ou algum animal
foi me enfrentar, eu que vou fugir, porque sou muito medroso.
Espantalho: Mas
isto não está certo. O rei dos animais não devia ser medroso.
Leão: Sei
muito bem disto, (chorando). Mas sempre que sinto o menor perigo, meu
coração dispara.
Homem de Lata:
Pode ser que você tenha alguma lesão no coração, e se for
isto, você deve ficar contente, pois isso prova que você tem um
coração.
Espantalho: Nós
iremos ver o Grande Oz, eu vou pedir um cérebro.
Homem de Lata: E
eu um coraçãor.
Dorothy: E eu
que ele me mande de volta para Kansas.
Leão: Vocês
acham que o Grande Oz me daria coragem?
Dorothy: É
bem provável que sim.
Leão: Então,
eu vou com vocês, porque a minha vida está insuportável sem um
pingo de coragem.
Eles continuaram
seguindo o caminho. No meio do caminho aparece uma Bruxa.
CENA 6 – O
aparecimento do Bruxa
Dorothy: Quer
dizer que foram vocês que mataram a minha irmã? Vão pagar muito
caro.
Leão: Ai,
minha nossa senhora do Perpétuo e Socorro, me salve (e sai
correndo).
Espantalho e
Homem de Lata ficam fazendo o sinal da cruz.
Dorothy?:
Foi sem querer que eu matei a sua irmã. A minha casa caiu em
cima dela.
Bruxa: Não
me importa, o que eu quero são os sapatinhos prateados. Agora!!!
Ouviu! Quero agora!
A bruxa Perversa se
atirou nos pés da Dorothy, o Espantalho pegou um balde de água e
jogou na Bruxa.
Bruxa: Olha o
que você fez seu estúpido. Agora vou desaparecer e evaporar... Esta
nãaaaoooo...
A Bruxa saiu de
cena.
Dorothy: Como
vocês sabiam que água faria a Bruxa desaparecer?
Espantalho: Há
mais coisas entre o céu e a terra do que você possa imaginar,
menina!
Leão: Eu
nunca senti tanto medo na minha vida. Jesus amado.
Homem de Lata:
Olha lá, daqui já podemos ver o castelo do Grande Oz.
CENA 7 - Oz,
o Terrível
Guarda 1: O
quê?! Vocês por aqui? A Fada Perversa permitiu que vocês
escapassem?
Homem de Lata:
Ela não pode fazer nada.
Leão: Nós a
destruímos.
Guarda 2: Então,
se é assim, comprovaram que são muito fortes. Podem entrar.
Os guardas os
conduziram para dentro do castelo.
Dorothy: Onde
está você?
Oz:— Em
toda parte, mas para os olhos dos pobres mortais, sou invisível.
Dorothy: Queremos
que o senhor realiza nossos desejos, nos falaram que o senhor é o
maravilho.
Leão: Poderoso.
Homem de Lata: O
terrível.
Espantalho:
O grande Oz.
Oz: O que
vocês querem de mim
Dorothy: Eu
quero ir para casa.
Leão: Eu
quero ser corajoso.
Homem de Lata: E
eu desejo ter um coração.
Oz: Deixem-me
em paz e voltem para a vidinha de vocês. Eu não vou lhes ajudar.
Eles estavam saindo
derrubaram o biombo e o mágico apareceu. (antes era só a voz
dele).
Dorothy: Quem
é você?
Oz: Sou Oz, o
Grande e Terrível. Não me batam, por favor; farei tudo o que vocês
quiserem.
Dorothy: —
Pensei que Oz fosse uma cabeça.
Espatalho: E
eu pensei que Oz fosse uma linda senhora.
Homem de Lata: E
eu, que fosse uma fera terrível.
Leão: E eu,
uma bola de fogo.
Oz: Como
vêem, estão todos enganados. Estive fingindo o tempo todo.
Dorothy: —
Fingindo?! Você não é um grande mágico?
Oz: Não. Não
passo de um homem comum.
Leão: Você
devia se envergonhar de ser um charlatão.
Oz: Na
verdade eu me envergonho.
Espantalho:
Então, quer dizer que você não pode me dar um cérebro?
Oz: Não há
necessidade. Você adquire novos conhecimentos todos os dias.
Espantalho: Pode
ser que isso seja verdade, mas eu ficarei muito infeliz se não
conseguir um cérebro.
Oz: Bem,
sente-se aqui. Eu não poderei separar a sua cabeça do seu corpo,
mas posso fazer algo. (começa a mexer na cabeça do Epantalho).
Daqui por diante você será um grande homem.
Espantalho:
Muito obrigado,
Dorothy: Como
se sente?
Espantalho:
Sinto-me muito inteligente.
Oz: Agora,
você terá que descobrir como usá-lo por si mesmo.
Espantalho: Eu
descobrirei como usá-lo, não se preocupe.
Leão: E
quanto a minha coragem?
Oz: Espere um
pouquinho (busca um suco). Você tem muita coragem. Tudo o que
você precisa é confiança em si. Todo ser vivo sente medo. Coragem
consiste em encará-lo mesmo quando se tem medo. E este tipo de
coragem você tem de sobra.
Leão: Me
sinto o ser mais corajoso (ruje).
Homem de Lata:
Bem, agora é a minha vez. Eu quero um coração.
Oz: Espera um
pouco (busca um coração e prega no peito dele).Não é
bonito?
Homem de Lata:
Muito. Mas é um coração bondoso?
Oz: Oh, sim!
Muitíssimo bondoso!
Homem de Lata: Já
sinto meu coração palpitar. Muito obrigado. Estou amando.
Dorothy: E
eu? Como voltarei para o Kansas?
Oz: Assim
como os seus amigos tiveram que aprender a acreditar em si mesmos,
você também terá que acreditar em você, acreditar em seus
sentimentos e ter autoconfiança. O que todos nós mais precisamos
está dentro de cada um de nós mesmos... Pode ter fé nisto, menina.
Dorothy (batendo
os sapatinhos): Não
há lugar melhor do que o nosso lar, não há lugar melhor do que o
nosso lar..